O grande erro que muitas vezes ignoramos estar cometendo, é permitir que sejamos arrolados em ciclos que podem não ser os nossos.
Mas que por “n” motivos, como amizades, relações sócio-culturais, religiosidade ou espiritualidade; em fim nossa realidade social, nós impelem, que de forma inconsciente assumamos como nossas verdades ou opiniões, que após várias análises e reflexões podemos descobrir como falhas, ou completamente diferentes do que somos. Opostas às nossas convicções.
Este fato ocorre em todo, e qualquer ambiente onde seres humanos se interconectam.
Há dentro do Paganismo um fenômeno comprovado de negação aos valores e conceitos deixados para trás, sem discriminação quanto às suas origens ou pertinências.
Atrelam-se aos caminhos antes seguidos na área espiritual, muitos valores morais e éticos, ou do viver bem e melhor, crendo que eles são essas religiosidades que não mais tem o que dizer ao indivíduo.
Passando a execrar e negar o peso que os valores humanos, morais, de convívio possuem, pois sentimentos como o amor, o respeito, a lealdade, a sinceridade, amizade, não possuem religião, eles existem independentemente da crença que se pratica, ou da ausência da crença.
Eles são aqueles viveres bem e melhor, que podem e devem ser cultivados, mesmo que você hoje não seja mais ateu, católico, protestante, pois eles não sofrem mutações quanto a sua importância dentro das relações interpessoais com a mudança de opção religiosa.
Acreditar que tais sentimentos pertencem a “x” ou “y” religião, e por tanto, ao não ser mais membro delas se devem abolir, sentimentos, ou valores, para poder assumir a nova religiosidade, é um discurso vazio, sem fundamento algum, e que somente leva ao individuo a encrudelecer, endurecer e se tornar um ser menos acessível.
Não há em nenhum lugar texto ou norma, que diga ser condição sine qua non, [1] que se abrace à teoria do ódio, da ira, para que você seja um bom pagão, para que você se sinta livre dos antigos dogmas dentro dos quais você cresceu... Ou que se deva investir a alma e as atitudes de um perfil blasé e de indiferença, para parecer mais pagão, mais autentico.
Isto não poderia estar mais longe da realidade, daqueles que buscam aliar às suas vivências espirituais o bem viver, o equilíbrio, a paz, a harmonia interna e externa. E quem em sã consciência dirá que não deseja isto?
Pensando que dentre os pagãos ou neo-pagãos, existem as famílias pagãs, cabe analisar com cuidado valores, sentimentos, escolhas, que repercutem na construção dos nossos filhos, que sinceramente todos esperamos sejam indivíduos socialmente hábeis, emocionalmente inteligentes, espiritualmente equilibrados, e seres humanos preparados para criar elos, saberes, discernimento consciente do bem e do mal[2], para escolhas críticas, para serem construtores de valores, seres capazes de acionar defesas, capazes de respeitar e serem respeitados.
E principalmente, capacitados para usufruir a liberdade sem ferir a alheia.
E nisso tudo, que pode parecer pouco, os pais são peças fundamentais, são a linha mestra dessa construção, que nunca se conclui.
Sendo pais pagãos, se inclui aqui o repasso dos novos valores descobertos dentro do Paganismo, aliados aos valores morais, éticos e humanos. Inerentes à nossa realidade como seres sociais.
Cada ser possui um código de honra, de ação, de moralidade.
Sim, mas permitir que de forma incauta entremos nessa onda de negação, a fatos e atos, vivências que não são símbolos religiosos, mas sim partes nossas, é desmerecer a si mesmos, pois estamos sempre à procura de evolução, não de retrocesso.
Pode haver algo mais satisfatório do que perceber que nossas falas e experiências repassadas aos nossos filhos, se refletem neles nos seus atos, de forma positiva? Ter a plena sensação de estar colaborando para a formação de um ser equilibrado, amoroso, receptivo, feliz?
E tudo sem utopias, sabendo dosar, sabendo também preparar esse pequeno ser para as decepções, para as marés baixas.
Deixando claro que sentir raiva, ira, ódio é normal, saudável, decepção, sem apatias, mas que cultivar esses sentimentos entristece, seca, amorna as descobertas.
Mas sempre com o espírito em alta, com bom humor, com expectativas positivas para o amanhã!
Este é o Paganismo que escolho, para viver bem, melhor e colher mais, com qualidade e harmonia.
Este é o Paganismo no qual desejo ver meus filhos crescer!
(Dedico este texto à Daniela Garcia, uma pagã leve, de bem com a vida, que me fez ver o mundo mais calmamente).
Luciana Onofre
Mas que por “n” motivos, como amizades, relações sócio-culturais, religiosidade ou espiritualidade; em fim nossa realidade social, nós impelem, que de forma inconsciente assumamos como nossas verdades ou opiniões, que após várias análises e reflexões podemos descobrir como falhas, ou completamente diferentes do que somos. Opostas às nossas convicções.
Este fato ocorre em todo, e qualquer ambiente onde seres humanos se interconectam.
Há dentro do Paganismo um fenômeno comprovado de negação aos valores e conceitos deixados para trás, sem discriminação quanto às suas origens ou pertinências.
Atrelam-se aos caminhos antes seguidos na área espiritual, muitos valores morais e éticos, ou do viver bem e melhor, crendo que eles são essas religiosidades que não mais tem o que dizer ao indivíduo.
Passando a execrar e negar o peso que os valores humanos, morais, de convívio possuem, pois sentimentos como o amor, o respeito, a lealdade, a sinceridade, amizade, não possuem religião, eles existem independentemente da crença que se pratica, ou da ausência da crença.
Eles são aqueles viveres bem e melhor, que podem e devem ser cultivados, mesmo que você hoje não seja mais ateu, católico, protestante, pois eles não sofrem mutações quanto a sua importância dentro das relações interpessoais com a mudança de opção religiosa.
Acreditar que tais sentimentos pertencem a “x” ou “y” religião, e por tanto, ao não ser mais membro delas se devem abolir, sentimentos, ou valores, para poder assumir a nova religiosidade, é um discurso vazio, sem fundamento algum, e que somente leva ao individuo a encrudelecer, endurecer e se tornar um ser menos acessível.
Não há em nenhum lugar texto ou norma, que diga ser condição sine qua non, [1] que se abrace à teoria do ódio, da ira, para que você seja um bom pagão, para que você se sinta livre dos antigos dogmas dentro dos quais você cresceu... Ou que se deva investir a alma e as atitudes de um perfil blasé e de indiferença, para parecer mais pagão, mais autentico.
Isto não poderia estar mais longe da realidade, daqueles que buscam aliar às suas vivências espirituais o bem viver, o equilíbrio, a paz, a harmonia interna e externa. E quem em sã consciência dirá que não deseja isto?
Pensando que dentre os pagãos ou neo-pagãos, existem as famílias pagãs, cabe analisar com cuidado valores, sentimentos, escolhas, que repercutem na construção dos nossos filhos, que sinceramente todos esperamos sejam indivíduos socialmente hábeis, emocionalmente inteligentes, espiritualmente equilibrados, e seres humanos preparados para criar elos, saberes, discernimento consciente do bem e do mal[2], para escolhas críticas, para serem construtores de valores, seres capazes de acionar defesas, capazes de respeitar e serem respeitados.
E principalmente, capacitados para usufruir a liberdade sem ferir a alheia.
E nisso tudo, que pode parecer pouco, os pais são peças fundamentais, são a linha mestra dessa construção, que nunca se conclui.
Sendo pais pagãos, se inclui aqui o repasso dos novos valores descobertos dentro do Paganismo, aliados aos valores morais, éticos e humanos. Inerentes à nossa realidade como seres sociais.
Cada ser possui um código de honra, de ação, de moralidade.
Sim, mas permitir que de forma incauta entremos nessa onda de negação, a fatos e atos, vivências que não são símbolos religiosos, mas sim partes nossas, é desmerecer a si mesmos, pois estamos sempre à procura de evolução, não de retrocesso.
Pode haver algo mais satisfatório do que perceber que nossas falas e experiências repassadas aos nossos filhos, se refletem neles nos seus atos, de forma positiva? Ter a plena sensação de estar colaborando para a formação de um ser equilibrado, amoroso, receptivo, feliz?
E tudo sem utopias, sabendo dosar, sabendo também preparar esse pequeno ser para as decepções, para as marés baixas.
Deixando claro que sentir raiva, ira, ódio é normal, saudável, decepção, sem apatias, mas que cultivar esses sentimentos entristece, seca, amorna as descobertas.
Mas sempre com o espírito em alta, com bom humor, com expectativas positivas para o amanhã!
Este é o Paganismo que escolho, para viver bem, melhor e colher mais, com qualidade e harmonia.
Este é o Paganismo no qual desejo ver meus filhos crescer!
(Dedico este texto à Daniela Garcia, uma pagã leve, de bem com a vida, que me fez ver o mundo mais calmamente).
Luciana Onofre
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[1] “Sem a qual não”, a indicar que uma condição, fator, cláusula ou circunstância é essencial, indispensável para a realização de determinado ato, evento ou circunstância.
[2] Aqui sem referências aos conceitos chavões de trevas e luz, de paraíso e inferno, mas sim ao que prejudica e ao que beneficia ao indivíduo.
[1] “Sem a qual não”, a indicar que uma condição, fator, cláusula ou circunstância é essencial, indispensável para a realização de determinado ato, evento ou circunstância.
[2] Aqui sem referências aos conceitos chavões de trevas e luz, de paraíso e inferno, mas sim ao que prejudica e ao que beneficia ao indivíduo.
5 comentários:
AAAAAAhhhhhhhhhh
Esse texto fez meus olhos se encherem de lágrimaasss!!!
Beijoosss
Dani
Lindo texto Luciana^^
Quando eu fiz uma transição também, de religião, me deparei com a dificuldade de saber separar o que era a religião que eu estava deixando e o que era meu próprio código moral....parte daquilo que sou independente da religião que sigo...
Acabei me sentindo vazia de tudo e sozinha....sem acreditar em mais nada...e foi um longo processo pra poder juntar meus pedacinhos...e isso ainda não acabou^^
Obrigada por dedicar seu tempo escrevendo e publicando esses textos maravilhosos^^
)O(
Fantástico!!!
Sabe, da primeira vez que eu comecei a me interesasr por paganismo e bruxaria, minha mãe não podia nem ouvir falar no assunto. Hoje em dia, depois de voltar aos caminhos dela, aos do meu pai e voltar a querer conhecer o paganismo, ela não se importa, posso ter meu altar em casa, posso ir onde eu quiser, ela e meu pai levam numa boa. Eu credito isso não apenas às mudanças deles, mas principalmente ao fato de que eu eu, hj adulta, me tornei uma pessoa legal. Eles sabem disso, e sendo assim, eles confiam que o caminho religioso que eu escolher será compatível com isso.
parabéns Luciana...tenho três filhas e até hoje se tem dificuldade para deixar claro a nossa religião, aos amigos e pais deles... um processo!exaustivo, mas que com persistencia e dedicação consegui equilibrar a situação, hoje estão sendo melhor aceita na escola e pelos colegas mas ...a menor ainda tem algumas questões a serem resolvidas ...mas se insentivarmos conseguiremos que elas sejam menos julgadas.
Agradeço cada uma das palavras de estímulo aqui postadas!
Ainda hoje vai ao ar o grupo de discussão no yahoo:
Crianças Pagãs
Bem-vind@s!
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