27 de fevereiro de 2011

A Descoberta da Diferença


Há um momento na vida de qualquer criança em que a visa social acaba tomando no mundo interior dela, uma dimensão maior que a família, e não por acaso é esse mesmo período o da educação pré-escolar, quando os pequenos começam a entrar na escola. É nesse momento também que as crianças começam a entender que o mundo é repleto de possibilidades e começam a ver aquilo que depois começarão a se perguntar com relação às escolhas e as consequências para uma escolha. 

Como professor uma das coisas que observo nessas turmas é a importância dos hábitos na formação da criança, e no âmbito da escola infantil, o peso que têm os hábitos religiosos das tradições majoritárias. Fico muito preocupado em pensar que o meu esforço doméstico, como pai, para dar ao meu filho não só a oportunidade de continuar na minha vivência religiosa, mas também de conhecer visões de mundo com orientações religiosas diferentes da minha pode ser sublimada pelos hábitos sedados das maiorias que no cotidiano se repetem constantemente. 

Não falo apenas dos hábitos especificamente religiosos, mas também daquilo que cerca a orientação religiosa de alguém, tais como vestuário, alimentação, contagem do tempo, explicações para o mundo. E a minha liberdade religiosa, onde está?

Acredito que um dos grandes dilemas do estado laico é compreendê-lo, e de onde eu enxergo os fatos acredito que entendê-lo significa abdicar de toda forma de representação, ou seja, não se pretende trocar o deles pelo nosso, mas sim de não ter. Estamos preparados para o estado laico? Há a possibilidade de um estado laico? 

4 de fevereiro de 2011

idéia para iniciar os pequenos bruxinhos de cozinha

Acho que foi assim que tudo começou na minha vida. Quando minha mãe um dia me chamou para fazer biscoitinhos com ela. Chamava-se Flor do Campo. E sempre essa receita era feita por mim antes dos 11 anos quando de fato estreei na confeitaria. Sim, a coisa começou cedo.
Acho uma idéia muito boa para compartilhar com os nosso pequenos. Eles adoram poder participar mais da cozinha e é um ótima oportunidade.
Flor do Campo

12 colheres de farinha de trigo (com fermento)
04 colheres de açúcar
02 colheres de manteiga sem sal
01 ovo
goiabada

Misturar tudo numa vasinha com as mãos( criança adora essa parte!). Formar bolinhas, dispor numa forma untada levemente. E ao achatar um pouco por um pedacinho de goiabada. Levar ao forno e ficar de olho porque cada forno tem seu tempo.

Voilá!
Bom para levar de lanche, enquanto assiste um filme, no café da manhã, no lanche.

8 de novembro de 2010

Tarot & Crianças

A Luciana Onofre, idealizadora do Crianças Pagãs, lançou um novo texto no Oráculos do Feminino, outro blog dela que tem como proposta falar dos oráculo, principalmente do tarô, dentro do Feminino e do Cotidiano.
O texto conta com sugestões de decks para envolver as crianças com o oráculo, baralhos lindoooos!
Para ler clique AQUI! (:

6 de setembro de 2010

Lidando com a Morte na infância

Há algumas semanas, perdi minha gatinha, minha linda e doce gatinha. Ela foi envenenada... Pode parecer idiota, mas tem sido difícil lidar com a morte dela, mesmo que eu saiba que “ela continua do lado de lá”, dói bastante, não pude aproveitar a presença dela o quanto eu queria, não pude cuidar dela tanto quando eu queria... Nossa convivência foi muito breve, mas foi suficiente para eu amá-la imensamente.

E é muito difícil não só por isso, mas porque ela demonstrava o mesmo carinho e amor por mim... Talvez até mais. Ela entendia o que eu falava com ela mentalmente, ela fazia gracinhas pra me deixar feliz quando percebia que eu estava triste, entre outras coisas... A morte dela foi mesmo um golpe. Eu não a considerava apenas uma gatinha bonita e peludinha... A alma dela ficava evidente em cada gesto... Ela gostava de abraçar. Enfim...


Isso me fez pensar em quando meus animais morreram durante minha infância e em como eu (não) lidava com isso. Coisas como pedir a deus que me levasse no lugar do bichinho, pois ele merecia mais viver do que eu. Posso não fazer mais tal pedido, mas até mantenho esse pensamento... Em geral, os animaizinhos são tão bons e bonitos, não fazem as coisas por maldade (generalizando), não deveriam sofrer... E crianças também não, mesmo sendo adultos em espírito, mas enfim...


Os duros golpes na infância, perder os animais em que eu me apegava, me fizeram ficar afastada dos bichos... Eu, como criança, preferi ficar sem me apegar a eles para evitar o sofrimento da perda. Com a gatinha, foi algo imediato e que eu não consegui evitar...

Há umas semanas, pouco antes dela partir, assisti o filme A Cidade dos Anjos e isso me influenciou, claro, junto com a minha vivência dos últimos anos, entre minha infância e o agora. Influenciou no preferir a curta convivência com a dor da perda do que a não convivência sem o carinho, o toque e a vivência. Isso fez mudar um pouco minha maneira de lidar com a morte...


Mas o que quero expor afinal de tudo isso é que me senti de novo aquela criança de anos atrás tentando entender porque um animalzinho tão lindo, tão bom e inocente tinha ido embora e me largado aqui. Vi-me criança, chorando, parada a minha frente e perguntando pra mim, hoje, adulta: “Por que isso? Ela era tão linda e boa, tão carinhosa... Por quê?” e respondi a ela “Porque ela era uma gatinha tão carinhosa e boa que os deuses a queriam ao seu lado, queriam também ter todo esse carinho”. Então a criança foi parando de chorar aos poucos e me abraçou. Então eu parei de chorar aos poucos e me senti abraçada.


E parei e pensei em como esse simples pensamento fez bem, mesmo que talvez fosse e seja ainda infantil. Isso me acalma um pouco e não faz parecer algo absurdamente injusto. E parei e pensei que vou usar isso com meus filhos... Acho uma boa forma de acalmar o coraçãozinho da criança que se sente injustiçada com a tal perda.


Pode ser um pensamento infantil. Mas infância é tudo que queremos... E é bonito.

 


Beijos,
Sophia.

28 de agosto de 2010

Livros! Ou Ensinando Paganismo às crianças

Pretendo ter filhos (ao menos por enquanto), e vira e mexe eu penso em como eu começaria a ensinar as coisas de paganismo, bruxaria etc. Nisso, pensei em coisas da minha infância e também em livros que podem ser lidos.
E é engraçado, pois não havia me dado conta como a coisa de aprender bruxaria, de certa forma, começou cedo. Aos 5 anos, na pré-escola, a professora pediu um trabalho sobre ervas e foi assim que comecei a descobrir que as plantas tinham propriedades curativas (e mágickas) mas principalmente: descobri que minha mãe conhecia um pouco desse mundo e que minha vó conhecia bastante. Assim começou minha aprendizagem, assim comecei a aprender os poderes das ervas e embora não tivesse o nome de bruxaria na época, eu já desconfiava *risos.


Então acho que um bom caminho é por aí, começar a passar essas coisas simples como as ervas, as superstições, amuletos, costumes de família... Falar sobre comidas, “coisas mágickas” que aconteceram conosco ou com nossos familiares etc.


Livros também são importantes. Eu e meu amor já guardamos alguns títulos para nossos filhos, para lermos na hora de dormir etc. Não só para aprendizagem pagã (ele nem pagão é!), mas por entretenimento e aprendizagem de uma forma geral. Em nossa pequena coleção já consta o Sítio de Monteiro Lobato, Alice no País das Maravilhas e Strega Nona.


Particularmente acredito que o Sítio e Strega Nona contribuam mais quanto a aprendizagem, já o livro da Alice, penso que seja mais quanto a trabalhar a imaginação da criança.


Acho interessante, principalmente “A Reforma na Natureza”, que mostram o quanto a natureza é sábia, que as coisas têm um motivo pra ser e toda essa compreensão...


strega nonaStrega Nona conheci através da Pietra Di Chiaro Luna, primeiro pelo Tribos de Gaia, depois pelo podcast Bruxaria Italiana Para Ouvir. Uma historinha linda sobre conseqüências de nossas ações – do dia-a-dia e também as mágickas. A personagem ainda mostra toda a coisa da família, do passar conhecimento e é a representação de nossas sábias vovós – que nos ensinam sobre ervas.

 

 

 


Você pode encontrar o livro da Alice no site da Lojas Americanas, por 10/15R$ e o da Strega Nona na Livraria Cultura por R$30, mas se você garimpar (no Estante Virtual, por exemplo) pode conseguir por uns 10R$.


Espero que tenham gostado.
Beijinhos!
Sophia.