3 de março de 2010
Arte é vida? A vida como arte?
ph: Ipojucan Ludwig
Discutir o caminho das artes, ou até, qual a função da arte, o que é arte, mas agora, de um olhar de dentro da floresta Amazônica, numa tribo indígena.
Em mim, surgem idéias que a vida na tribo me apresenta.
Parece [?] que tudo é arte, e que tudo é vivido dentro de um modo ritualístico. As tradições e iniciações são passadas através de fabulas, muitas duram horas.
As mulheres se pintam assim que acordam, assim como os homens e, é sugerido que cada um [de fora] encontre seu desenho, sua pintura corporal.
A beleza [arte] aqui tem uma função. Não que eu ache ou não que arte tenha que ter, mas aqui tem.
Pela pintura corporal se descreve o estado emocional, dependendo da pintura, já se sabe que aquela pessoa está em silêncio, etc.
Uma forma de se expressar que aqui também tem seus signos, o preto do jenipapo, o vermelho do urucum, os dois juntos simbolizam o estado do guerreiro, [hora de lutar, caçar].
Mas o que me chama atenção, é ver que a possibilidade da criação de um novo ser, um ser criador, ativo e envolvido com arte, com questões ambientais, virá [ poderá vir] da floresta.
Quando eles estão na cidade, muitos estranham aqueles seres pintados, com roupas diferentes, mas com lap top e celular. É incrível como isso parece incomodar algumas pessoas.
Me pergunto porque, onde está escrito que as tradições não podem se manter acrescentadas com a cultura, a educação , tecnologia. Onde? E porque as pessoas têm que julgar?
Ou, pior, querer consumir, antropófagos somos nós, urbanos.
Na aldeia, internet. Fazem cinema. Alguns pintam. São premiados em festivais de Paris, N.Y, etc
São senhores de si.
Se a arte se banalizou [sem generalizar] será que também a vida do ser urbano não é um retrato disso? Até que ponto essa vida capitalista selvagem desconectou o homem á tal ponto que o que sobrou como arte é apenas um esboço do que restou do homem.
Desestruturado pelas emoções, estrangulado pelo que criou e não soube renovar, encurralado como o cachorro morrendo numa galeria? [sic]
Acredito no ser humano, mas redimensionado. Transmutando sua vida em arte, porque arte está também na forma de se viver, de ser.
Creio que a internet inaugurou a quarta dimensão. Estamos todos conectados, e que possamos cada vez mais utilizar a rede como apoio para nós mesmos. Como eles fizeram quando foram invadidos por madeireiros e traficantes.
Nas florestas, nas ruas de N.Y, Tóquio, Paris, Rio de janeiro, Bahia, Índia, onde for... Que o ser criador se manifeste.
Axé.
Jay jay
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3 comentários:
Bem-vinda querida!
Melhor texto não poderia haver!
Linda vivência, que bom ter espaços como estes para compartilharmos... levei o selinho do blog para o "Pedagogia do Encontro".
Beijos
Creatrix, amada: um prazer enorme, e tb uma honra este convite.
Ana Paula, q bom q gostou, estamos aqui e na vida para compartilharmos, isso faz da nossa vivência algo maior. Q bom q comentou, adorei, abs
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