20 de dezembro de 2009

Complexo



A nossa espiritualidade no cotidiano, na prática é muito complexa de ser vivenciada e explicada, não somos ilhas, vivemos em sociedades, mais de uma, a familiar, a escolar, a virtual, a particular e  a coletiva.

Ontem sentados no terraço do nada Andrés me diz que o Deus dele, manda no meu... E que não entende por que Zeus matou o pai.
Eu lhe expliquei que naquele momento fazer aquilo permitiu que Ele, Zeus e os irmãos pudessem sobreviver. Mas que via de regra não podemos matar pai e mãe, nem ninguém, a menos que corramos risco de vida.

Ele respondeu naturalmente que sabia, que não podemos matar quando sentimos vontade, e que ele nunca sentiu essa vontade.
Mas queria entender por que os Deuses faziam tantas coisas que nós, humanos não podemos fazer.

Suponho que em breve mais inquéritos por ele serão elaborados... E sei bem que será muito árduo ter respostas para tudo.

No mesmo dia, ontem, fomos a um batizado, da minha sobrinha...
Alícia se surpreendeu por não saber "as falas do rito".

Antes de me adentrar no Dianismo eu via de forma estranhamente errônea a co-existência da minha crença com a familiar, a família dos meus ancestrais e os dele, do meu parceiro.

Estando depois da cerimônia na recepção, um café da manhã  à beira do mar, com uma vista maravilhosa, Alícia ao meu lado abriu a "lembrancinha" do batizado, uma caixinha prateada contendo um terço pequenino, com a imagem singela e  menor ainda de Maria. Ela me mostrou e disse: Ela é a Deusa da minha avó não é mamãe?
E assenti, sim Ela é também uma Deusa, como todas as demais. Como as minhas, e as de tantos outros.

De noite ainda naquela conversa do começo deste post, Andrés teve quase a mesma fala, (ele não quis ir ao batizado) me falou que acha o Deus dele Pai dos "deuses das vovós", ali vi que ele também descobre à trindade cristã como deidades.

Posso eu lhes dizer não, não eles não são deidades, apenas por que não são pagãos?
Não posso. Nem devo.

O são, assim como os meus, e os de outros tantos seres espalhados pela Terra.

Complexidades que como pais e mães cedo ou tarde enfrentamos...

E você... como lida com estas interações de fé e religiões?

Luciana Onofre

2 comentários:

([säm]) disse...

Mas você deixou por isso mesmo? O Andrés tendo dito que o deus dele manda no seu? õ_õ

Beatriz disse...

Bom que você não tenha todas as respostas. Ele descobrirá a casa espiritual dele e sedimentará a própria fé ao longo da vida. Tudo o que importa é que ele tenha a liberdade de fazer isso.